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Por Renan Santos

Demorou, mas saiu a primeira vitória fora de casa do Brasil na Série B do campeonato brasileiro. Em Ribeirão Preto, no mesmo palco onde conquistou um importante resultado em 2019, o xavante venceu o Botafogo-SP por 1 a 0, em gol do atacante Danilo Gomes. Com a vitória, o clube emendou a terceira vitória nos últimos quatro jogos e vive o seu melhor momento na competição.

E a forma como a vitória se construiu mostra que o Brasil não deve correr riscos na Série B de 2020. O gol marcado pela equipe simboliza a evolução do trabalho, que agora traz resultados acompanhados de desempenho. E esta equação entre os resultados e a qualidade das atuações só foi possível com a confiança que a equipe adquiriu, fruto do trabalho, do entrosamento e das vitórias que, aos poucos, foram conquistadas. A pressão alta, com intensidade, foi certeira. A bola foi roubada no campo de ataque, a assistência foi precisa e a finalização de Danilo Gomes foi letal, sem chances para o goleiro. Um gol merecido pela atuação da equipe na partida. O time teve amplitude, buscou atacar fora de casa, teve boas movimentações ofensivas e conseguiu superar o Botafogo-SP com autoridade.

Uma vitória que traz a regularidade. Em outras temporadas, o desempenho do Brasil era muito instável e os resultados, imprevisíveis. Em 2019, mesmo tendo uma distância segura da zona de rebaixamento – e não tendo ingressado nela no comando de Bolívar -, o time não passava confiança e terminou a competição com 44 pontos. Não é o que se projeta para a Série B de 2020. A equipe de Hemerson Maria vence e convence, consegue ter atuações niveladas, não tem grandes oscilações de desempenho. Teve um jogo um pouco abaixo contra o Guarani, mas dentro do padrão que a equipe vinha jogando e dentro de uma normalidade da Série B. O time consolidou uma identidade de jogo e se mostra muito consciente dos motivos que trazem as vitórias e das falhas que trazem resultados negativos.

É difícil ganhar do Brasil. Este é um fato que fica claro a cada rodada da Série B. O time de Hemerson Maria é compactado defensivamente e concentrado na ideia da marcação zonal. A sequência de jogos, o tempo de treinamento e a continuidade do trabalho trouxeram o encaixe das peças. Se os adversários não conseguem armar um contra-ataque em uma transição rubro-negra, passam a ter trabalho para infiltrar nas linhas rubro-negras. Desatenções no posicionamento para uma marcação em uma defesa à zona começam a desaparecer e o time passa a ter um sistema defensivo sólido, sem que isso necessariamente signifique uma retranca. Há uma máxima no futebol moderno que diz que um o primeiro atacante é o goleiro e os primeiros defensores são os homens de frente. E desta fórmula, saiu o gol xavante em Ribeirão Preto. De um momento defensivo, uma pressão dos atacantes, uma transição rápida e uma finalização que aumentou a série invicta da equipe.

Resultado importante para a sequência da equipe na competição. O Brasil volta a campo no dia 26, contra o Paraná, e enfrenta o Confiança na quarta seguinte, no Sergipe. Volta a Pelotas e joga com a Chapecoense, no sábado. Uma sequência que tende a ser difícil pelas questões de logística, pelo desgaste das viagens e pela qualidade técnica dos adversários. Paraná e Chapecoense estão brigando por acesso para a Série A.

O nível da Série B permite projetar uma Série B tranquila para o Brasil. Ao contrário de 2019 e bem diferente de 2018 – quando precisou vencer 8 jogos em 14 para permanecer na segunda divisão -, o xavante tende a consolidar a permanência de uma forma que faça o torcedor sofrer bem menos. E pelo nível que a competição se apresenta, dá para pensar em voos mais altos após atingir a meta de garantir a vaga na Série B 2021.