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Por Renan Santos

Chegou ao fim a participação rubro-negra na Copa do Brasil. Uma campanha inesperada, poucos apostavam que a equipe chegaria até a 3° fase. Em uma noite para esquecer, a derrota por 1 a 0 para o Brusque selou a eliminação xavante. Mal tecnicamente e ainda pior emocionalmente, o Brasil não conseguiu reverter a desvantagem e agora concentra todas suas forças na Série B, grande objetivo da temporada rubro-negra.

Na escalação inicial, o técnico Hemerson Maria fez escolhas que já se mostravam erradas antes do apito. Com a bola rolando, os erros se confirmaram. Mateus Mendes não vem fazendo boas partidas e segue na equipe titular. Teve mais uma noite rendendo muito pouco em Santa Catarina. Bruno Santos atuando como ala esquerdo, mais avançado, também se mostrou totalmente ineficiente. O treinador havia atuado assim diante do Cuiabá e ficou nítido que esta opção acrescentava pouco ofensivamente. A opção por Heverton e Camilo no miolo da zaga também comprometeu a proposta para o jogo. Foi uma escolha baseada na liderança e representatividade das duas peças, mas que pouco somava em uma ideia de jogo propositiva, com a construção desde os zagueiros.

Apesar destes erros, o Brasil começou bem a partida. Mostrou uma leve evolução estrutural, ao mudar o esquema tático. A estreia de Danilo Gomes foi um acerto. Com velocidade, tentou criar oportunidades. Não teve sucesso, mas mostrou que será uma opção para a continuidade na Série B. Mais ofensivo, o xavante ensaiava um controle maior das ações do jogo quando sofreu o gol, que decretou a eliminação rubro-negra. O Brusque não teve a mesma atuação da partida de ida, quando foi amplamente superior. O time de Santa Catarina fez o suficiente para vencer. Soube marcar o Brasil e, na oportunidade que teve, conquistou a classificação. 

Emocionalmente, os xavantes estavam totalmente desconcentrados. Além da questão técnica, o fator anímico também pesou no fracasso das ideias projetadas para a partida em Santa Catarina. As expulsões de Delatorre e de Bruno Santos foram o retrato de uma noite terrível para os rubro-negros. Após oito minutos em campo, o atacante foi expulso ao dar uma cotovelada no adversário. Mesmo motivo pelo qual o ala esquerdo também foi expulso.Os cartões vermelhos anularam qualquer possibilidade de reversão no placar. Perder um atacante aos 8 minutos do 2º tempo anula qualquer tática discutida no intervalo.

A eliminação para os catarinenses já era prevista. Cinco meses atrás, poucos torcedores xavantes saíram otimistas após a derrota na partida de ida. O técnico Hemerson Maria precisava reverter uma desvantagem já estabelecida e não teve responsabilidade na derrota no confronto em Pelotas. Entretanto, teve sua parcela de responsabilidade na eliminação. O time apresentou muito pouco no estádio Augusto Bauer. desempenho mínimo, poucos atletas tiveram uma atuação razoável. Bruno Mathias segue sendo o principal nome no meio-campo, assim como Rodrigo Ferreira também não comprometeu. Danilo Gomes estreou bem. A partida mostrou que será preciso tempo para que as peças se encaixem. Não apenas Danilo, mas também Nuno, Rafael Vinicius e Matheus Oliveira, que viajaram e devem atuar diante do Operário, em Ponta Grossa.

O Brasil viveu uma noite tenebrosa em Santa Catarina. Mereceu a eliminação, pois não jogou futebol suficiente em nenhum dos 180 minutos da 3ª fase. As expulsões foram vergonhosas, o time teve mais uma atuação abaixo. No próximo domingo, volta a campo pela Série B contra o Operário, em mais uma partida difícil. Precisa vencer, mas, além do resultado, o time tem que mostrar mais desempenho. As ideias que foram pensadas para a partida contra o Brusque e não deram certo por inúmeros fatores, precisam encaixar no Paraná.