Prefeitos se reuniram para avaliar os prejuízos gerados pela greve dos caminhoneiros
Se nas próximas 24 horas não houver alteração na situação do bloqueio de rodovias, os municípios da região ingressarão com o decreto de Situação de Emergência Regional. O anúncio foi feito nesta terça-feira (03/03/2015) durante reunião em caráter de urgência, da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), sob a presidência do prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, para a articulação de estratégias que minimizem a crise do combustível.
“Para a maioria dos cidadãos o problema é sentido apenas nos postos de combustíveis. Mas a situação é muito mais grave e vem causando prejuízos incalculáveis, seja na educação, com o adiamento do calendário escolar, na saúde, com o impedimento de transporte de pacientes, como na agricultura, com o transporte da safra ameaçado”, disse Eduardo.
Durante o encontro os prefeitos expuseram as dificuldades que seus municípios têm enfrentado devido à falta de combustível. As principais reclamações são na área da saúde, com a falta de transporte para consultas médicas e em situações especiais como na realização de hemodiálise de pacientes.
Após ouvir relatos, Eduardo aceitou proposição apresentada pelo prefeito de Jaguarão, Claudio Martins, sobre a construção de um manifesto para informar a população das estratégias adotadas para combater o problema. Acompanhado da vice-prefeita Paula Mascarenhas, Eduardo também ouviu exposições do chefe Regional da Policia Rodoviária Federal, José Dourado, e de representantes das Alianças Pelotas e Rio Grande sobre os prejuízos econômicos acarretados com os bloqueios e as questões de competitividade da região sul.
SITUAÇÕES MAIS CRÍTICAS
PEDRO OSÓRIO – Suspensão das aulas, 90% das obras estão paradas. Abastecimento de leite, combustíveis e hortifrutigranjeiros está afetado. Escoamento da produção de arroz está parada. Viaturas da Brigada Militar estão sem combustível para o patrulhamento de vias.
HERVAL – Suspensão de aulas. Problemas com o transporte de pacientes em ambulâncias. Desabastecimento da maioria de produtos.
JAGUARÃO – Suspensão de aulas e temor pela suspensão de transporte de pacientes.
RIO GRANDE – Insegurança para a saída de caminhões das refinarias.
CERRITO – Postos de combustíveis fechados desde a última sexta-feira. Secretarias Municipais praticamente sem expediente. Aulas suspensas.
ARROIO GRANDE – Suspensão de aulas em função do transporte escolar. Transporte de pacientes correndo risco. Desabastecimento de medicamentos.
ARROIO DO PADRE – Suspensão das aulas.
ACEGUÁ – Preocupação com o escoamento das safras. Faltam peças para as máquinas agrícolas e o desabastecimento de alimentos já é visível.
PEDRAS ALTAS – Aulas suspensas. Gravidade com o transporte de pacientes.
MANIFESTO DOS PREFEITOS DA ZONA SUL
Os Prefeitos da Região, reunidos em caráter extraordinário nesta data, para tratar sobre o movimento grevista dos caminhoneiros e suas consequências para as suas comunidades, com a presença dos Coordenadores das Alianças Pelotas e Rio Grande e do Inspetor Chefe Regional da Polícia Rodoviária Federal, manifestam-se nos seguintes termos:
1 – Mobilizações que busquem atenção dos governos para com as dificuldades enfrentadas por uma categoria, são legítimas e devem ser respeitadas;
2 – No entanto, considerando que as rodovias são bens de uso comum do povo, de livre fruição de todos, observados os regulamentos administrativos, não podem concordar com os atos que importam em obstrução de vias públicas, uma vez que, ao impedirem o livre tráfego de veículos, causam sérios problemas de desabastecimento às comunidades;
3 – Da mesma forma, o constrangimento à participação em manifestações, impedindo a liberdade de ir e vir de colegas de profissão, devem ser repudiadas;
4 – Alertam-se as autoridades dos governos federal e estadual, e a população em geral, de que as consequências destes atos assumem enormes proporções, com danos inconcebíveis à distribuição de gêneros alimentícios, medicamentos, combustíveis e deslocamentos de urgências, até mesmo com a paralisação dos serviços públicos, em praticamente todos os Municípios; isto sem discorrer sobre as consequências danosas à economia da região.
5 – Por último, não podem deixar de enaltecer as ações desenvolvidas pela Polícia Rodoviária Federal, que têm sido bem sucedidas no restabelecimento da ordem.
A Azonasul, ao mesmo tempo, deve permanecer articulada para, por todos os meios ao seu alcance, contribuir para a liberação total das rodovias e a consequente segurança e normalização da vida das comunidades.
Sede da Azonasul, em 03 de março de 2015.
EDUARDO LEITE
Presidente
Fonte: Ascom Prefeitura de Pelotas