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Por Renan Santos

Um dos melhores goleiros do futsal russo é pelotense e está de volta ao país que o adotou. Gustavo Paradeda, o “Juruna”, agora retorna à Rússia, mas em nova função. Após pendurar as luvas, ele investiu em cursos de gestão de esportiva e agora foi contratado para ser treinador do MFK Rostov, da segunda divisão russa. É mais um passo em sua carreira fora das quatro linhas.

O convite para assumir o MFK Rostov aconteceu durante a pandemia – e de forma inesperada. Em meio a todas incertezas causadas pela Covid-19, Paradeda havia se desligado do Pelotas Futsal e estava em clube quando surgiu a proposta de voltar à Rússia, onde defendeu a seleção principal do país. “Estava com outros planos, mas, com a pandemia, ficamos sem ter previsão de retorno. Surgiu esta proposta de voltar para um lugar onde tive uma história muito bonita e sou muito respeitado. Não me imaginava como treinador, mas tô gostando de fazer este trabalho e fiquei muito feliz com a recepção da equipe. Não esperava ser recebido de forma tão positiva depois de mais de dois anos fora, o que dobra ainda mais a responsabilidade”, afirmou o agora técnico do MFK Rostov, Gustavo Paradeda.

 O time carrega o nome de uma cidade que não tinha equipes de futsal há 27 anos. O projeto da equipe visa consolidar um trabalho de base, fomentar o desenvolvimento do futsal na região e conquistar o acesso para a primeira divisão russa em dois ou três anos. “Na Europa, há uma cultura diferente e o trabalho do treinador é mais amplo. Eu faço treinos, participo da organização de jogos e de logística. Aqui, consigo conciliar as funções de treinador e de gestão, que é o que me identifico mais”, explicou Paradeda. Ele ainda pontuou que 80% dos clubes de futsal da Rússia contam com atletas brasileiros e que irá buscar jogadores na Superliga Brasileira de futsal, sempre observando as potencialidades dos jogadores e os padrões salariais do MFK Rostov.

No clube russo, Paradeda ainda irá desenvolver um trabalho como gestor que se estende também nas atuações das categorias de base. Ele afirma que a função de treinador é a porta de entrada para iniciar um trabalho em um país onde se sente bem e terá espaço para um trabalho de longo prazo. “Assinei um contrato longo e que prevê o direcionamento de projetos de gestão dentro do clube para escolinhas de futsal. Vamos iniciar em 2021 com equipes de base, o que reafirma essas múltiplas funções de um treinador no futsal europeu”, afirmou.

No ano passado, Gustavo foi um dos gestores que conduziu o Paulista UFPel na bela campanha na Série Ouro da Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS). Este ano, estava acertado com o Pelotas Futsal, que disputa a Liga Gaúcha de Futsal 2, mas acabou se desligando do projeto durante a pandemia. Em decorrência das paralisações causadas pela Covid-19 e pelas restrições, ele considera inviável qualquer avanço no futsal pelotense. “A situação hoje é difícil no sentido de progressão. O Pelotas tá jogando em condições sub-humanas, tá fazendo muita força pra poder jogar. No mundo do esporte, é preciso que haja transparência e que se dê retorno para os empresários e patrocinadores. Com os ginásios fechados, o retorno é praticamente zero. Deve melhorar ano que vem, mas ainda não é o ideal”, analisou.