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OLHAR CRISTÃO (03 de julho 2017)
Amigos e amigas da Rádio Universidade, encerramos o primeiro semestre de 2017 com um Brasil ainda bastante tumultuado. Aliás, a crise já se alonga por mais de ano com poucas perspectivas de solução a curto prazo pelo menos. Nesta primeira parte do ano tivemos novos sobressaltos, especialmente na semana passada quando pela primeira vez na história desse país um Presidente da Republica foi denunciado pelo MP. Tudo somado, o Brasil é um gigante doente e fraco, um país dominado pela decepção e pela incerteza quanto ao seu futuro. As instituições funcionam, os poderes da República seguem cumprindo o seu papel, ao menos no papel porque na prática é o Judiciário que está mandando e desmandando, criando leis e dizendo o que deve e o que não deve ser feito pelos demais poderes. Quanto ao Legislativo, os representantes da vontade popular, a cada dia que passa, a cada novo escândalo que aparece, vai se perdendo na escuridão. Poucas pessoas no Brasil ainda confiam na classe política. E o Poder Executivo, especialmente o Presidente da Republica, pior ainda. Michel temer bateu todos os recordes em matéria de reprovação popular. Enquanto isso as reformas caminham a passos lentos, sobretudo a reforma da previdência. O governo perdeu totalmente a credibilidade e agora mais do que nunca fica difícil impor as cidadãos e cidadãs todo o peso que se pretendia jogar sobre os seus ombros já cansados. Enquanto isso as ruas estão caladas. A chamada “greve geral” que aconteceu na ultima sexta feira na verdade não foi uma greve geral, apenas uma mobilização de setores do funcionalismo público, estudantes e uma ou outra categoria profissional da iniciativa privada. O grosso da população, a massa trabalhadora maios uma vez não compareceu.
Amigos e amigas da Rádio Universidade, ao iniciarmos este segundo semestre do ano, continuamos a acreditar que somente a cobrança, a fiscalização dos eleitores sobre os seus eleitos poderá abrir uma porta para o futuro do Brasil. Caminhamos para 2018, ano eleitoral, e ainda não temos nomes fortes, políticos que se apresentem ao povo com um currículo recheado de dignidade e honradez. As exceções até agora são raras. Na realidade, além de Lula da Silva, ninguém mais ousou botar a cara na tela dizendo-se candidato ou candidata a Presidência da Republica. Parece que o descrédito é tanto que os políticos estão com medo de se expor. O futuro é incerto, e em se tratando de Brasil neste momento é mais incerto ainda. Haverá saída para o nosso país? Quando é que as operações do tipo “lava-jato” vão terminar? Quando será concluída esta limpeza nos bastidores e nos subterrâneos da política brasileira? Quando é que finalmente quem saqueou os cofres públicos será penalizado na forma da lei? Quando é que a impunidade vai deixar de ser este câncer que está matando o Brasil?
Amigos e amigas da Rádio Universidade, nós acreditamos no Brasil! Apesar de todas as mazelas, seguimos acreditando no Brasil, na força do seu povo, deste povo simples, honesto e trabalhador. O Brasil não é somente esta sujeira estampada diariamente nas manchetes de jornais. O Brasil é muito superior a isto! Porém, agora mais do que nunca é preciso que cada cidadão e cada cidadã tome posição e defenda o seu país. E a melhor defesa continua sendo o voto, o voto consciente e livre, o voto sem aquelas amarras que há séculos atrapalham a nossa vida. O voto sem duvida ainda é a melhor arma, mas não o voto comprado, o voto prostituído, usado na maioria das vezes para contemplar interesses particulares e sempre mesquinhos. O voto livre e consciente, o voto verdadeiro, o voto solidário e cidadão, esta é a nossa esperança.
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­­­­­­ Pe. Plutarco Almeida, SJ
Diretor Geral RU