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OLHAR CRISTÃO (12 de junho 2017)

   Amigos e amigas da Rádio Universidade, o Governador Ivo Sartori ainda não conseguiu o apoio de que precisa para aprovar as reformas no seu governo. A proposta contempla a extinção de diversas autarquias e empresas estatais. Diga-se de passagem, o Estado do RGS é uma das unidades da Federação que possuem mais autarquias e empresas. Trata-se  de um estado pesado, pouco eficiente, difícil de administrar em função do grande numero de empresas, fundações e autarquias criadas nos governos passados. O tamanho do estado é exagerado, a intervenção do estado na economia é exagerada e todo mundo perde com isso. Assim que foi anunciado o pacote de reformas, as diferentes corporações pularam no pescoço do governador e começaram a pressionar de todas as maneiras os deputados. Ninguém quer perder privilégios, é claro. Todo mundo acha que a sua corporação é a mais importante, essencial a vida do estado. O tempo passou e até o momento pouca coisa foi feita. Na Assembléia legislativa parece que a base do governo se esfacelou ou pelo menos está dividida. Os deputados que teoricamente dariam sustentação política mudam de opinião constantemente e o palácio do governo não tem como garantir a aprovação de nada. A oposição queria um plebiscito, mas quando o governador concordou ela mudou de opinião e inventou mil artifícios para postergar esse plebiscito. Na verdade, tudo indica que os senhores deputados e as senhoras deputadas não querem desagradar às corporações e a oposição faz oposição apenas por ser oposição. A impressão que se tem é de que os nossos políticos estão mais preocupados em salvar a sua própria pele do que propriamente o futuro do estado. Primeiro eu e o meu mandato parlamentar. Se o RGS está quebrado ou vai quebrar de vez, isso não importa. O egoísmo usa terno e gravata!

Amigos e amigas da Rádio Universidade, não estamos aqui atuando como advogado de defesa do governador Sartori, mas também não podemos negar que a situação é muito grave e exige medidas radicais. Todos os servidores públicos, suas corporações, sindicatos merecem o nosso respeito e não estamos aqui para desmerecer o trabalho de ninguém. Porém, não se pode fugir da lógica e a lógica nesse momento nos indica o caminho da redução do tamanho do nosso estado. Não podemos continuar com essa estrutura gigantesca. Não dá mais para seguir andando com este elefante nas costas, nas costas de um corpo quase esquelético. Essas autarquias, empresas estatais, fundações certamente tiveram a sua importância em contextos passados, mas a realidade muda, já mudou, está mudando e é preciso adaptar o tamanho da carga que pesa sobre os ombros do estado. Se isto não for feito, o corpo se quebra e todo mundo sai perdendo. É claro que fazer estas reformas não é tarefa fácil, muito pelo contrário. Não se trata do governo Sartori, do governo de A, B ou C. nesse momento a crise bateria à porta de qualquer governo de qualquer partido. É certo também que essas reformas vão trazer sofrimento pra muita gente, vão provocar atritos e algum prejuízo para este ou aquele setor. No entanto, precisamos ter a coragem de enfrentar o problema agora para não termos que sofrer muito mais. Seja qual for o governo de plantão, as reformas são necessárias e devem ser feitas sob pena de piorarmos ainda mais a situação. Camuflar o problema com belos discursos ideológicos não vai adiantar. Continuar nas trincheiras das corporações sindicais atirando contra as reformas e recusando-se a dialogar também não é a solução. O momento exige desprendimento, generosidade, horizontes ampliados, abertura, disposição ao diálogo e acima de tudo AMOR ao Rio Grande tchê !

­­­­­­ Pe. Plutarco Almeida, SJ

Diretor Geral RU