OLHAR CRISTÃO (06 de fevereiro 2017)
Amigos e amigas da Rádio Universidade, o SANEP colocou novos contêineres para o recolhimento do lixo em Pelotas. A iniciativa é louvável, mas precisamos ter consciência de que ela por si só não vai resolver o problema do lixo em nossa cidade. O que a gente vê todos os dias pelas ruas do centro de modo especial é o acumulo de lixo ao redor dos contêineres. O numero de catadores de papel, papelão e plástico está aumentando a cada dia que passa. São dezenas de carroças, muitas delas puxadas por animais velhos, cansados e até mesmo doentes circulando a qualquer hora do dia ou da noite pelas ruas centrais de Pelotas. Não existe qualquer tipo de fiscalização e assim os catadores reviram o lixo, pegam os materiais que precisam e jogam boa parte no meio da rua. A situação vai se agravando e até o momento os órgãos encarregados de cuidar da limpeza e do meio ambiente não tomaram qualquer medida mais efetiva. E para agravar ainda mais este quadro, a própria população pelotense de um modo geral não colabora com a limpeza da cidade. Tem muito “sugismundo” e “sugismunda” emporcalhando nossa bela cidade. O pessoal joga tudo quanto é porcaria nos contêineres destinados ao lixo orgânico apenas. Não há uma preocupação em selecionar os diversos tipos de lixo para dar-lhes a destinação adequada. E assim vamos vivendo no meio do lixo, sujando tudo, regredindo em termos de civilidade e de cidadania mesmo. Diga-se de passagem, esta situação não acontece apenas aqui em Pelotas, mas de resto em todo o Brasil, salvo raríssimas exceções.
Amigos e amigas da Rádio Universidade, nunca se falou tanto em meio ambiente como nos dias de hoje. Congressos, encontros, seminários e tantos outros eventos no mundo inteiro são realizados para debater essa questão. Os governos nos três níveis, federal, estadual e municipal criam ministérios, secretarias, departamentos, fundações e outras estruturas administrativas para cuidar o meio ambiente, mas os resultados até agora se mostram muito tímidos. Existe uma lei, por exemplo, que obriga as prefeituras a construir os chamados “aterros sanitários”, mas quantos municípios brasileiros já conseguiram cumprir esta lei? Que medidas concretas foram tomadas para atender às exigências mínimas com relação ao tratamento do lixo em nossas cidades? O quadro de maneira geral é desolador. Por outro lado, gostaríamos de chamar a atenção da população para o seguinte: não adianta o SANEP colocar novos contêineres para o recolhimento do lixo se as pessoas não colaborarem efetivamente. Trata-se aqui de uma questão ligada aos costumes. É preciso acabar com esse costume infeliz, esse habito terrível de jogar lixo fora do lixo, de não separar o lixo, de não se importar com a limpeza no nosso quintal, na porta da nossa casa e nas ruas por onde andamos. Precisamos acabar com esta péssima mania de achar que nós não somos responsáveis pela limpeza da cidade e que limpando a nossa casa já está tudo resolvido. Se seguirmos pensando assim, Pelotas jamais será uma cidade limpa e saudável e as futuras gerações se lembrarão de nós não como pessoas civilizadas, mas como seres irracionais, amantes da sujeira e da porcaria.
Amigos e amigas da Rádio Universidade, lixo, limpeza, meio ambiente, ecologia tudo depende da participação efetiva dos cidadãos e cidadãs. Não podemos simplesmente delegar às autoridades publicas uma tarefa que também compete a nós. Todos os habitantes da cidade, homens e mulheres, do doutor ao iletrado, do pobre ao endinheirado, cada qual na sua esfera de responsabilidade, tem o dever de participar. Os órgãos públicos, é claro, tem uma fatia maior de responsabilidade com relação a limpeza da cidade, mas os moradores também não podem omitir-se. Se cada um de nós fizer a sua parte Pelotas será de fato uma cidade limpa, organizada, saudável e muito mais feliz!
Pe. Plutarco Almeida SJ
Diretor Geral RU