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Por Renan Santos

Quando o árbitro Marcelo Aparecido de Souza apitou o fim de jogo no estádio Bento Freitas nesta terça-feira (3), decretou o empate em 0 a 0 entre Brasil e Sampaio Corrêa e, desta forma, encerrou o primeiro turno da Série B para a equipe rubro-negra. Após 19 rodadas, o xavante soma 22 pontos e está em 13º lugar na tabela de classificação. O Brasil está a uma distância de três pontos da zona de rebaixamento e precisa fazer 23 pontos no segundo turno para alcançar a meta mágica de 45 e garantir a permanência na Série B. Porém, neste ano, talvez, seja a primeira temporada que seja possível afirmar que a campanha do Brasil ficou abaixo das expectativas. 

Pela primeira vez desde a campanha de 2016, o Brasil deu amostragens de que poderia fazer uma pontuação de ainda mais segurança na metade inicial. Em outros anos, o número de pontos até foi, de certa forma, condizente com o nível apresentado, não ficou esta sensação. Em 2020, o time teve boas atuações ao longo do primeiro turno e chegou a consolidar uma sequência de seis jogos de invencibilidade. O futebol jogado foi bom, mas não teve resultado. Foi assim contra a Chapecoense, quando tomou o gol nos minutos finais, contra Paraná, que o time buscou um empate na raça em um Bento Freitas encharcado pela chuva, e contra o Avaí, quando teve bom desempenho, mas foi punido com dois gols inacreditáveis. Sem falar dos erros de arbitragem em momentos cruciais ao longo deste primeiro turno, que poderiam ter deixado o Brasil em uma posição melhor na classificação.

A campanha do primeiro turno em 2020 só foi melhor que a da temporada de 2018, quando o time fez 21 pontos e precisou de uma arrancada na reta final para escapar do rebaixamento. As expectativas para a atual temporada eram de uma permanência tranquila, sem maiores dificuldades. Expectativa que se mantém sob o comando do experiente Cláudio Tencati. O ex-técnico Hemerson Maria promoveu uma renovação do elenco, em termos de atletas e de conceitos táticos, e consolidou figuras importantes, que se mostraram essenciais no primeiro turno, como o goleiro Rafael Martins, os volantes Sousa e Bruno Mathias e o meia Matheus Oliveira.

Porém, alguns pontos negativos que precisam ser destacados. Se a defesa esteve bem consolidada, o time sofreu com a criação ofensiva ao longo do primeiro turno. Perdeu muitos gols, teve dificuldade na conclusão das jogadas e na criação no último terço. Teve partidas que a equipe mostrou uma queda de desempenho na segunda etapa. Estes fatores ajudaram o Brasil a perder pontos importantes no primeiro turno, em jogos pontuais, quando não definiu o jogo nas oportunidades que apareceram e acabou tomando gol de empate ou, até mesmo, perdeu a partida. O número de empates conquistados foi o dobro do índice de vitórias ou derrotas. Logicamente, o elenco possui limitações e isso pesou quando a equipe acabou não pontuando em jogos que precisava vencer. Também foram naturais as oscilações que o time teve durante este primeiro turno e a  realização de uma campanha que ficou na média dos últimos anos. 

Porém, os jogadores deram sinais de que poderiam ir além, no sentido de que conseguiriam terminar a primeira metade da competição, ao menos, com uma distância maior da zona de rebaixamento e algumas posições acima na tabela de classificação. Não se projeta uma vaga no G4, como se falou ao longo do primeiro turno, mas segue a aposta em uma permanência tranquila. Apesar dos pesares, a campanha do Brasil neste primeiro turno foi positiva, entretanto poderia ter sido melhor pelo nível apresentado no Bento Freitas.