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Por Renan Santos

O Brasil sofreu mais uma derrota na Série B de 2020. Jogando em Ponta Grossa, a equipe perdeu para o Operário por 2 a 1 e permanece na zona de rebaixamento da competição. São três empates e duas derrotas. Entretanto, o resultado ruim não refletiu a atuação do time. Os gols da equipe paranaense vão requerer atenção do técnico Hemerson Maria pela forma como aconteceram, mas o time mostrou uma outra postura, evoluiu em comparação às últimas partidas e deixa uma amostra do caminho que será trilhado no Bento Freitas.

O técnico Hemerson Maria cumpriu o que vinha prometendo já na escalação inicial. Já afirmou em outras oportunidades que pretendia escalar a equipe com duas linhas de quatro, pressionando a saída de bola e com velocidade na frente ofensiva, mas que não possuía peças para isso. Nestas condições, de não conseguir construir uma equipe mais propositiva e de déficit físico, acabou montando a equipe com uma linha de cinco defensores. Explicava que este sistema defensivo seria uma estratégia transitória, um modelo que ele não pretendia usar com frequência nas partidas. Quando chegassem as peças que poderiam colaborar com uma estratégia diferente, ele modificaria a equipe. O elenco precisava evoluir dentro do seu estágio de trabalho para mudar a forma como atuaria. E foi exatamente isso que aconteceu.

Com a chegada de reforços, ele alterou a escalação e o modelo de jogo. As vindas de Danilo Gomes e Matheus Oliveira, contratados junto ao futebol paulista, trouxeram mais qualidade e permitiram ao técnico modificar a estrutura da equipe. Com Luiz Henrique iniciando a partida, o Brasil ganhou volume de jogo. O treinador pôde abandonar a estratégia com uma linha de cinco defensores, que só deve retornar em situações pontuais. Apostou no 4-4-2 em duas linhas, alternativa que ele já planejava ter implantado. Com os atletas que já estavam no clube, ele não conseguiria construir uma estratégia propositiva. Os reforços indicam um caminho ofensivo, que vai ser trabalhado e construído durante a competição.

A partida em Ponta Grossa mostrou como deve ser a postura do Brasil daqui pra frente. Após a eliminação em Brusque, o time se concentrará só na Série B. A derrota pela Copa do Brasil e a chegada de reforços foram divisores de águas no trabalho de Hemerson Maria. No estádio Germano Kruger, além do esquema tático, o comportamento do Brasil foi diferente. O time esteve mais ofensivo, mais leve e com velocidade nas transições e também na construção das jogadas de frente. Em nenhum momento a equipe esteve recuada, preocupada apenas em contra-atacar. Foi sólida e evoluiu. Atingiu o equilíbrio ofensivo que será trabalhado daqui pra frente.

Entretanto, mesmo com a boa evolução perceptível em Ponta Grossa, algumas questões ainda exigem atenção. Os gols do Operário saíram em falhas da zaga rubro-negra. Erros técnicos do zagueiro Leandro Camilo e do goleiro Rafael Martins. O meia Gegê não vem tendo boas atuações neste começo de Série B. Não mostra o desempenho que teve antes da paralisação da pandemia, especialmente a forma como jogou contra Manaus e Novo Hamburgo.

A primeira vitória na Série B não veio, mas o desempenho sim. O Brasil está em evolução. Sólido defensivamente e mais qualificado na frente, com a chegada dos novos contratados, o time tende a crescer. Com o tempo que terá para treinar em setembro, com a dedicação em uma nova proposta de jogo, o xavante deve conquistar melhores resultados. A partida contra o Operário mostrou que o time consegue e está no caminho para render mais. O trabalho começa a evoluir daquele começo mais defensivo, reativo e se encaminha para uma proposta mais ofensiva e promissora dentro das potencialidades do elenco.