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Foi lançada na Quarta-Feira de Cinzas (14), em todo o País, a Campanha da Fraternidade 2018, realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema deste ano “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8) foram apresentados pelo Pe. Cesar Leandro Padilha, para os jornalistas, durante coletiva de imprensa, realizada na sede da CNBB Regional Sul 3, na Rua Duque de Caxias, 805, no Centro Histórico de Porto Alegre. “Para promovermos a cultura da paz, para uma mudança social, é fundamental uma mudança pessoal, em cada um de nós. De nada adianta condenarmos a violência nas ruas, se em casa ou no trânsito não combatemos as pequenas violências”, ressaltou Padilha, que é secretário-executivo da CNBB Regional Sul 3.


Nesta edição da Campanha da Fraternidade, a Igreja no Brasil apresenta às comunidades uma realidade que pede atenção, mudança e conversão: a violência. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apesar de possuir menos de 3% da população do planeta, o Brasil corresponde por quase 13% dos assassinatos. Os dados apontam também que em 2014, o país chegou ao topo do ranking, com o número absoluto de homicídios. Foram no total 59.627 mortes. “A Campanha da Fraternidade de 2018 tem como objetivo construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Ela é um caminho de conversão quaresmal. Caminho pessoal, comunitário e social que deseja ser auxílio para que seja visibilizada a salvação de Deus.”, afirma Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Metropolitano e presidente da CNBB Regional Sul 3.

No Rio Grande do Sul, os dados de violência também são alarmantes. Números da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) divulgados no ano passado revelam que o número de homicídios chegou a 800 no primeiro trimestre de 2017, 12% superior ao mesmo período de 2016. Outro dado é que uma pessoa é assassinada no Estado a cada três horas.

Ações de combate à violência

Em Porto Alegre, por meio dos projetos sociais da Igreja, são atendidas mais de 150 mil pessoas e 3 centros sociais localizados em áreas de vulnerabilidade social, de extrema pobreza e violência. Mais ações são realizadas com a Pastoral da Criança e a Pastoral Carcerária, entre outras. Nesta segunda, o apoio dá-se também com as visitas aos detentos, que ocorrem semanalmente. “Além de ouvirmos os presos também realizamos esse trabalho com as famílias e as equipes que atuam dentro das unidades penitenciárias, pois é uma realidade bastante difícil”, explica Tatiane Kaczmarek, integrante da coordenação.

São 75 agentes que realizam o trabalho em dez presídios, entre eles o Madre Pelletier e o Presídio Central. No ano passado foram formados 25 novos agentes. Pessoas acima de 18 anos, membros das paróquias, podem participar. O curso tem curta duração, depois ocorrem encontros mensais, o fornecimento da carteirinha da Pastoral, e começam a ocorrer as visitas nas unidades prisionais, com a equipe da Pastoral Carcerária.

Compromissos concretos

A Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Em 2018, a Conferência convida todos a percorrer o caminho de superação da violência constante e crescente em todos os níveis. “A superação da violência, condição para uma sociedade e cultura da paz, exige comprometimento e ações envolvendo a sociedade civil organizada, a Igreja e os poderes constituídos para a formulação de políticas públicas emancipatórias que assegurem a vida e o direito das pessoas em uma sociedade e cultura de ´paz”, finaliza o secretário-executivo da CF em nível nacional, Pe. Luís Fernando.

Fonte: CNBB Sul 3