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OLHAR CRISTÃO (02 de outubro 2017)
Amigos e amigas da Rádio Universidade, mais uma vez o tema do nosso comentário é a educação. Não podemos deixar de insistir neste assunto, de bater nesta mesma tecla porque mais do que nunca acreditamos que somente através da educação Pelotas, o RGS e o Brasil poderão vencer a onda de violência que cresce a cada dia. É claro que a violência pode e deve ser combatida com medidas de curto e até mesmo de curtíssimo prazo. Ninguém é contra o aumento e a melhoria do policiamento nas ruas, mas também não podemos concordar com a idéia de que a questão da violência será resolvida apenas com mais policia e mais repressão ao crime. Sem dispensar essas medidas, é preciso ir além. Os governantes e demais gestores públicos precisam apoiar medidas de médio e longo prazo. A questão passa também pela adoção urgente de uma nova política prisional. Nossos presídios são uma escola altamente especializada onde os bandidos fazem a sua pós-graduação no crime. Não existe nenhuma chance de recuperação para quem acaba trancafiado nesses depósitos humanos onde os humanos são tratados pior do que os animais. Porém, vamos repetir: nossos governantes e demais gestores públicos precisam pensar e tentar de todas as maneiras efetivar medidas de médio e longo prazo. Talvez não seja interessante em termos eleitorais investir nessas medidas a médio e longo prazo. Na verdade, os políticos pensam sempre no imediato e querem ver os resultados que aparecem nas vitrines da imprensa ou nas redes sociais. Reza a lenda que os políticos não gostam de fazer obras de saneamento básico porque esgoto fica embaixo do chão e, portanto, não aparece. Com a educação talvez aconteça a mesma coisa. Investir em educação não traz resultados a curto prazo. Os frutos dos investimentos numa educação de qualidade demoram a nascer. Primeiro é preciso plantar a semente e isto exige paciência, esforço, sacrifício, união, perseverança, inteligência, competência e dinheiro também. Uma coisa é certa, “que planta colhe”, colhe o que plantou.
Amigos e amigas da Rádio Universidade, esta é a pergunta de hoje: de fato estamos plantando a boa semente da educação no RGS, no Brasil e de modo particular em nosso município? Que tipo de semente vem sendo plantada afinal? Agora, por exemplo, estamos assistindo o desenrolar de mais uma greve de professores da rede estadual de ensino. O que era ruim tornou-se ainda pior. O que é que a gente espera colher mais tarde? E não estamos aqui criticando e muito menos condenando o movimento grevista. A greve é um direito básico do trabalhador e da trabalhadora. O problema não esta na greve está no governo que desprezou a educação em nosso estado. Não adianta fazer discursos demagógicos e continuar arrumar belas desculpas. A verdade que não quer calar é simplesmente esta: a educação publica caminha para o caos. A plantação é péssima e a colheita, evidentemente, será péssima também. O que nos espera pela frente é o desastre total. Aliás, o aumento expressivo dos índices de violência em praticamente todos os rincões do Rio Grande do Sul já está demonstrando isso. Talvez não seja preciso esperar muito tempo para colhermos os frutos podres desse sistema educativo falido. Esta é a famosa “crônica do desastre anunciado”. E a greve? A greve apenas e tão somente traz à tona, escancara esta situação calamitosa que existe hoje na educação publica. Não resolve absolutamente nada, agrava ainda mais o problema.
Amigos e amigas da Rádio Universidade, Enquanto a educação não passar das promessas eleitorais para a prática das políticas publicas em nosso país, em nosso estado e em nossa cidade, a violência só irá crescer e se expandir. Quem planta vento colhe tempestade Quem planta a boa semente da educação colhe um futuro feliz.

Pe. Plutarco Almeida, SJ / Diretor Geral da RU