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É Ano Novo na UFPel, como anuncia a imprensa de Pelotas nesta terça-feira (25), mas já são antigos os problemas que se repetem no entorno da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), sempre concomitantemente à retomada das atividades acadêmicas na Universidade Federal, assim como ocorrido entre o fim da tarde e a noite desta segunda-feira (24). Infelizmente, um cenário em que a diversão de alguns se impõe e se sobrepõe à prestação do serviço de ensino, impedindo o cumprimento do processo de aprendizagem de toda uma outra comunidade acadêmica.

O contexto de caos impossibilita cada vez mais que possamos oferecer a qualidade esperada e desejada em nossos serviços educacionais. Chegamos ao limite da convivência nesta zona urbana escolar da cidade, seja pelo barulho das centenas de pessoas que se aglomeram nas calçadas e vias – ou por veículos e aparelhos portáteis com som extremamente alto -, pelo impedimento do direito de ir e vir, pela insegurança gerada pela venda de drogas lícitas e ilícitas ou pelo descumprimento e desrespeito ao Código de Posturas do Município.

Por causa de tal conjuntura, diariamente, pela manhã, a equipe de higienização da UCPel precisa fazer a limpeza das calçadas e ruas do entorno para dar fim ao rastro de lixo deixado na noite anterior, acreditando que no próximo dia o cenário pode mudar. Mas isso não ocorre e a situação é de repetição permanente.

Diante dessa série de razões, a UCPel vem desde 2012, de forma intensificada, estabelecendo contato com os mais diversos órgãos e poderes competentes, além de tornar pública suas manifestações a respeito do tema. No entanto, as ações repressivas das forças de segurança e as iniciativas educativas executadas pela própria UCPel em seu entorno e nas redes sociais não conseguem garantir respostas efetivas para o fim desse problema. É urgente uma medida concreta por parte dos poderes Executivo e Legislativo de Pelotas.

Foi esse mesmo entendimento que levou o Ministério Público do Rio Grande do Sul, através do promotor Rodrigo da Silva Brandalise, após audiência com a Procuradoria Geral do Município e a UCPel no dia 19 de abril deste ano, a dar prazo de 10 dias para que a Prefeitura de Pelotas apresente uma posição sobre a proposta de proibição do consumo de bebidas alcoólicas no entorno da Católica, ficando este restrito ao interior dos estabelecimentos, bem como sobre a possibilidade de restrição do horário de venda.

Diante do exposto, a UCPel vem mais uma vez a público para afirmar que estamos impotentes frente à desagradável situação instaurada na rua Gonçalves Chaves, principal acesso ao Campus I. Já nos sentimos sem condições de seguir na luta para que o ensino não seja o principal prejudicado. Por isso, reiteramos a necessidade de soluções, cabíveis às autoridades constituídas, as únicas capazes de prevenir que situações trágicas venham a ocorrer. Afinal, pode uma universidade ser sitiada pela “liberdade” de pessoas em busca apenas de diversão?

Atenciosamente,
Universidade Católica de Pelotas